Você, algum dia, já se perguntou se “SUA IGREJA É BÍBLICA?”
A relação da igreja local, aquela que você frequenta semanalmente e na qual faz parte como membro, com o conteúdo divino que a Bíblia tem e nos revela, passa pela ação do verbo “ser”. Isso implica que, para uma igreja ser bíblica ela precisa evidenciar os princípios da Bíblia de maneira prática, experiencial, palpável e visível. Quer dizer que uma igreja local não será bíblica apenas por ensinar o que a Bíblia ensina, ou apenas dizer o que a Bíblia diz, por mais que a faça com uma exegese acertada e com uma hermenêutica correta. Ela deve ser a referência da transformação que a própria Bíblia apregoa realizar em todo aquele que se dedica a ler e meditar nos seus 66 livros, que foram inspirados pelo próprio Deus.
Então, podemos dizer que uma igreja local é bíblica quando as pessoas que a observam veem nela, na igreja local, a vida de Deus sendo transmitida. Ou então, quando Jesus Cristo for notado através da vivencia relacional dos membros daquela igreja local.
Isso quer dizer que, além da igreja local ensinar o que é o amor, ela deve mostrar como amar (Jo 13.34; Mt 5.44). Que além de dizer que Jesus mandou perdoar, ela deve exercitar o perdão, dando e recebendo, tantas vezes quantas forem necessárias no dia a dia (Mt 18.21,22; Ef 4.32; Cl 3.13). Que além dela ensinar sobre ser generoso, ela deve mostrar a generosidade (Lc 6.38; 2 Co 9.5; Mt 5.40-42). Que além dela ter momentos de louvor e adoração nas suas reuniões, ela deve ter um modo de vida que contemple e adore a Deus continuamente em todas as coisas que realiza (1Co 10.31; Cl 3.23). Que além de ensinar a importância de orar a Deus, ela deve desenvolver a habilidade de praticar a presença de Deus, lembrando e falando com Ele em cada momento e circunstância da vida (1Ts 5.17; Gn 5.22). Que além de mostrar como se faz um devocional diário, muitas vezes como um compromisso na sua agenda, ela deve incluir Deus em todas as atividades, todas as conversas, todos os problemas e até mesmo em todos os pensamentos que permeiam sua vida (Mt 6.33; Fp 4.6,7). Enfim, uma igreja bíblica é uma igreja que imita Deus na Terra, que exemplifica a Sua vontade para o homem.
Eu diria que é o que Jesus chamou de “fazer discípulos” (Mt 28.19,20). Um discípulo é um seguidor. E, para ser um seguidor de Jesus é necessário passar por um processo de imitação porque o conceito de discipulado trás a ideia de imitar Jesus. Seguir a Jesus não é uma questão de acreditar em Jesus, é uma questão de imitar Jesus. Seguir a Jesus não é saber coisas a respeito de Jesus. Seguir a Jesus não é entender a mensagem de Jesus. Seguir a Jesus é imitar Jesus. É viver como Ele viveu. Por isso, quando Jesus ordena que se façam discípulos, Ele quer pessoas que não apenas acredite nEle, mas que viva como Ele viveu.
Aqui entra o “ser” de que estávamos falando acima. Como igreja local, nós ensinamos o que sabemos, mas nós reproduzimos aquilo que somos. E Deus quer nos transformar, pela Palavra, em reprodutores do que Ele é. Porque o Reino de Deus não é apenas uma mensagem a ser divulgada; é uma realidade a ser vista. É claro que para ser uma igreja bíblica temos que ensinar a Bíblia. É imprescindível ensinar versículos bíblicos, ensinar as histórias registradas na Bíblia, ensinar os conceitos e princípios contidos na Bíblia. Mas Deus nos deu a Bíblia para transformar as nossas vidas com os seus ensinamentos, não apenas nos encher de conhecimento.
Que a experiencia da sua igreja local com a Bíblia seja tão transformadora que os de fora possam contemplar Deus. Que a sua experiência com Jesus seja de tal maneira que Jesus seja visto, e não apenas ouvido.
Minha oração é que Cristo seja visto também no seu lar, e na sua família. Amém!
Complementando, quero deixar o crédito para a maior parte do escrito acima para o pastor Ed René Kvitz, que me fez refletir sobre o assunto.