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Conselhos de um Pai – 2

Compartilhando o que me deixa feliz – 2

“Partindo eu para a Macedônia, roguei-lhe que permanecesse em Éfeso para ordenar a certas pessoas que não mais ensinem doutrinas falsas, e que deixem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela fé. O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera. Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas.” 1Timóteo 1:3-7

O apóstolo está recordando daquilo que fizeram juntos no ministério e aproveita para trazer orientações que ele acha importante e necessário no ministério de Timóteo em Éfeso.
Aqui vejo alguma semelhança em nosso relacionamento. Nós fazemos muitas coisas juntos! Vocês sabem quanta alegria isso me traz. Acredito que o pessoal do marketing acertou quando criou o jargão da propaganda do medicamento “Gelol”, que dizia: “Não basta ser pai, tem que participar!”. Filhos, lembrem-se que a interação é a expressão da plenitude do relacionamento. Isso é algo que precisa ser mantido na vida de vocês, principalmente quando somos levados a um mundo midiático e superficial. Por isso interajam em seus relacionamentos! Sejam menos virtuais e mais reais!

Neste pequeno texto algumas coisas me chamam a atenção.
Primeiramente, a confiança que Paulo tem em Timóteo:
“Partindo eu para a Macedônia, roguei-lhe que permanecesse em Éfeso para ordenar…”
Paulo confia em Timóteo não apenas por causa da relação afetiva que existia entre eles. Confiar em alguém com base na afetividade é um problema, pois os atritos pessoais que surgem no relacionamento, quando mal resolvidos, podem criar mágoa e rancor causando a desconfiança.

É certo que no relacionamento de Paulo e Timóteo não percebemos a existência deste tipo de atrito, mas quando se olha para 2ª Timóteo encontramos algumas expressões que para mim refletem palavras duras:
“Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, (…) 2 Timóteo 1:6-8. Entretanto não encontramos nenhuma evidência de mágoa, antes se tornam palavras de admoestação e exortação calcadas num relacionamento afetivo do tipo “pai e filho”. Portanto a confiança que Paulo depositava em Timóteo vinha também do reconhecimento da CAPACIDADE de Timóteo (cf. 2Tm 3:14-17).

Pensando no nosso relacionamento, meus filhos, sei que vocês não duvidam da minha afetividade, mas quero que saibam que confio em vocês por causa do potencial de cada um. Sei que vocês são diferentes e possuem habilidades e capacidades próprias que foram concedidas pelo próprio SENHOR. Parem e vejam o que vocês são, tem e podem fazer.
Permitam-me, como “pai-pastor” orientá-los na utilização sábia deste “poder”, afinal o tio Gilcemar tem razão ao plagiar a personagem do tio Ben no filme do “Homem Aranha” dizendo: “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.
Meu conselho: não desperdicem a capacidade espiritual, intelectual, emocional e física de vocês. Usem toda ela para glória de Deus, pois sei do que vocês são capazes.

Um segundo aspecto que me chamou a atenção é o fato de que Podemos perder o foco da verdade preocupando-nos com fatos irrelevantes:
“(…) para ordenar a certas pessoas que não mais ensinem doutrinas falsas, e que deixem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus”.
Dirigir todo o nosso potencial e energia em situações secundárias e insignificantes roubam a oportunidade de realizarmos aquilo que é prioridade. Uma verdade básica em todo curso de administração, mas que a própria Bíblia já nos alertava (Mt 6:33).
O que percebo aqui no texto bíblico é a grande preocupação em discutir e promover ensinos que desviam do verdadeiro propósito do evangelho que é a salvação e o desenvolvimento dela para glória e honra do SENHOR.

Eu fico pensando:
– será que estou utilizando bem o meu tempo e energia em promover aquilo que é certo?
Assim como vocês tenho as minhas responsabilidades relacionadas ao trabalho (apesar de ser um ministério tenho que ter compromisso com horário, produção, atendimento, etc.), à nossa família, mas também preciso ter meu momento com Deus; ou seja, desenvolver minha devoção. Por isso me questiono sempre:

– será que não estou confundindo as coisas: trabalho e devoção?
Foi por isso que resolvi compartilhar com vocês as minhas devoções. Seria bom se vocês também dividissem comigo as suas.
Minha orientação é para que vocês não substituam suas práticas devocionais por ações religiosas, perdendo assim a prioridade. Pensem, meus filhos nas suas prioridades e refaçam-nas se necessário.
O último aspecto que chamou minha atenção no texto foi o fato da busca pela verdade essencial produzir bons resultados em contrastes com aqueles que se focam em trivialidades:

“O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera. Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas.”
O bom resultado que a verdade essencial produz é múltiplo: coração puro, boa consciência e fé sincera. Por sua vez, as trivialidades resultam em: o desvio da verdade, inutilidade e falsa aparência.

É um grande contraste! Principalmente se começo a pensar em como chegaram a resultados tão distintos e intensos em seus efeitos: deixaram de lado a prioridade da instrução.
Filhos, como é fácil perder o foco da instrução. Como é fácil substituir a instrução por legalismo. Como é fácil manipular as instruções por meio de convicções pessoais. Não façam isso! A verdade essencial levará vocês a experimentarem uma vontade submissa (“coração puro”), um andar digno (“boa consciência”) e a plenitude espiritual (“fé sincera”).
Fiquei pensando:

– o que tenho produzido em minha vida e devoção?
Meu último conselho hoje para vocês: vivam a instrução da Palavra de Deus; por mais difícil que ela possa requerer (fazer); por mais assustadora que ela possa ser (sentir); por mais inimaginável que ela se apresente (ser). E maravilhem-se naquilo que vocês serão transformados.

O que você pensa destas coisas?

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