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Compartilhando o que me deixa feliz nº 6

CONSELHOS DE UM PAI A SEUS FILHOS

“Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo. Para isso fui designado pregador e apóstolo mestre da verdadeira fé aos gentios. Digo-lhes a verdade, não minto” 1Timóteo 2:1-7

Queridos, não canso de dizer que a Palavra de Deus é surpreendente. Mais uma vez o texto acima me surpreende, pois temos nele uma variação quase que espectral. Ele traz uma visão como aquela produzida por uma lente grande angular (Ultra Wide), ou seja, ele nos fornece uma visão de amplitude; e, passa a seguir para uma visão produzida por uma lente macro, ou seja, o texto nos fornece um “close-up”. Esta variação me encantou, por isso estou compartilhando o que me deixa feliz com vocês, meus filhos.

Deixe-me mostra-lhes estas visões.

Primeiramente, a visão de amplitude está na instrução de que devo me interessar pelas pessoas e orar por elas:

“recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.”

A amplitude da imagem deste texto jaz no adjetivo “todo” que aparece no texto. Este é o sentido deste vocábulo no grego que evoca “totalidade de pessoas ou coisas referidas”. Ele está vinculado à prática de oração que o apostolo espera que seu filho desenvolva.

Observe mais de perto o que Timóteo precisa desenvolver.

a. Ele, assim como nós, deveria interessar por “todos” que estão ao seu redor:

“recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens”

Quando li esta exortação me vi obrigado a olhar para além do meu próprio umbigo. Há um peso nestas palavras que me instrui a orar por todos aqueles com quem me relaciono, indistintamente de quem quer que seja, ou que passe a saber de alguma necessidade desta pessoa.

A razão porque assim entendo é em função dos estilos de orações direcionadas a estes “homens” (humanidade): súplicas, intercessões e ação de graças. Preciso me relacionar ou saber de alguma forma o que estas pessoas precisam para que eu “suplique, interceda e agradeça”.

Lembro-me de uma pergunta feita a mim por uma pessoa que questionava a necessidade de orarmos por outros que nem sequer conhecia. Aqui então está a resposta.

Vejo ainda que realmente preciso levantar a minha cabeça e deixar de olhar para meu umbigo e ver que ao meu redor existem pessoas pelas quais eu preciso orar. Isto reflete amor, interesse, compaixão e consideração.

Meus filhos, acredito que estas características estão em declínio nos nossos dias, pois estamos muito mais ocupados conosco do que com outros.

– Vocês se importam por alguém?
Às vezes vocês me falam de um ou outro colega e amigo, quer seja da faculdade, dos estágios ou de outros relacionamentos, mas alguma vez vocês já oraram por eles? Oraram com eles?

Paulo exorta que Timóteo tenha esta prática, porém não para aqui.

b. Timóteo precisa ainda, assim como nós, se interessar por aqueles que são autoridade em sua vida:

“recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças… pelos reis e por todos os que exercem autoridade”

Ultimamente tenho observado como isso tem sido difícil. Preferimos criticar e reclamar das autoridades do que orar por elas. Mas o que me chama a atenção é que Paulo foca em “todos os que exercem autoridade”, ou seja, em nosso contexto envolve qualquer autoridade que está sobre nós de forma direta e indireta. No caso de vocês, além de nós como seus pais, dos presbíteros e autoridades civis, existem ainda os seus professores, os coordenadores de curso e até mesmo àqueles que vocês precisam responder nos estágios que fazem.

– “Ai, ai! É muito cacique para pouco índio”. Pode ser! Mas isto reflete algo maior. Submeter-se às autoridades, sejam quais forem, implica em que vocês são sujeitos ao próprio Senhor. Esta é a mesma analogia existente quando deixamos de amar o outro e que corresponde ao mesmo que deixar de amar a Deus (cf. 1Jo 4:20).
Ops! Tá ficando difícil. Este é o desafio! Mas não se desesperem, meus filhos, visto que Paulo nos apresenta uma boa razão para esta conduta.

Há uma recompensa por se interessar pelas pessoas:

“para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade”

O resultado não é outro senão a harmonia nos relacionamentos organizacionais e pessoais (“tenhamos uma vida tranquila e pacífica”); e o desenvolvimento de um caráter pessoal aprovado (“toda a piedade e dignidade”).

Isso me faz entender que vale a pena realmente me interessar pelas pessoas.

Meu conselho a vocês queridos filhos, Daniel e Ester; e a todos:

– Tenham uma vida harmoniosa e um caráter excelente interessando-se por todos ao seu redor. Orem por todos e sejam sujeitos às autoridades de suas vidas.
Em segundo, o “close-up”, ou seja, a visão da lente macro que aproxima-se e revela os detalhes, está no fato de que o meu interesse reflete o próprio interesse de Deus pelos homens:

“Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo. Para isso fui designado pregador e apóstolo mestre da verdadeira fé aos gentios. Digo-lhes a verdade, não minto.”

O “close-up” está no compromisso de Paulo com o seu chamado de anunciar as boas novas a todos os homens, pois este foi o objetivo da mediação de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A exortação prossegue esclarecendo que a atitude de interessar-se pelos outros agrada ao SENHOR (“isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador”). Além disso, ela reflete o próprio interesse divino que se importar com homem perdido (“que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”). Isto não é novidade, pois a salvação é uma iniciativa divina (cf. Ef 1:4; 2:8). O Senhor Jesus mesmo usou esta figura quando fez menção do pastor deixar as noventa e nove ovelhas no aprisco e sair à procura daquela que se perdeu (cf. Mt 18:12).

Por isso, o apóstolo se apresenta como modelo de alguém que se interessa pelos outros, que ora e se submete às autoridades. Ele ainda entende que é o responsável por promover a verdade que expressa o interesse divino “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo. Para isso fui designado pregador e apóstolo mestre da verdadeira fé aos gentios. Digo-lhes a verdade, não minto.”

Rapidamente Paulo estabelece duas verdades que se tornaram o pilar da mensagem evangélica, das boas novas. Primeiro, só há um único meio de salvação que é Jesus (“Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus”). E segundo, a mensagem exige fidelidade em sua transmissão aos outros homens (“para isso fui designado pregador e apóstolo mestre da verdadeira fé aos gentios. Digo-lhes a verdade, não minto”). Apenas aqueles que se interessam verdadeiramente pelos outros anunciarão com sinceridade, fidelidade e transparência o fato inegável de que a salvação só existe na pessoa e obra de Jesus Cristo.

Meus filhos, diante destes fatos precisamos rever se temos refletido em nossas condutas o interesse que o Senhor tem pelos outros. Anunciar Jesus como o único Salvador faz parte desta conduta exortada por Paulo.

Meu conselho:

– faça uma autoavaliação e veja se vocês estão refletindo o interesse do Senhor pelos outros.
Ao refletir percebo as minhas falhas e me envergonho, preciso ser honesto. Vocês, meus filhos, me conhecem e sabem o quanto eu levo a sério a instrução da Palavra de Deus. Eu quero viver esta visão ampla assim como este “close-up”.

Quero propor algo simples:

– Vamos listar três pessoas que não conhecem o Salvador, passando a orar por elas e demonstrar o interesse do SENHOR para com eles, anunciando-lhes o evangelho.

Envie para mim sua lista, que ajudarei orando com vocês por elas e juntos vamos anunciar-lhes o interesse de Deus por elas.

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