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Comunhão – Parte 1 – Rafael Simões

Recentemente estudamos uma série na Igreja Bíblica dos Irmãos, da qual sou líder, sobre mutualidade cristã. Tendo em vista a dificuldade que muitas igrejas possuem de entender o que é, de fato, ser igreja, resolvi transformar os estudos em artigos. Essa confusão do que significa ser igreja é o motivo principal pelo grande êxodo que tem ocorrido no cristianismo, aumentando gradativamente o número dos desigrejados. Espero que estes estudos edifiquem e revivam igrejas, experiência pela qual passamos em Ribeirão Preto.

É triste pensar que muitas igrejas não desfrutam e desenvolvem a comunhão. As palavras estão corretas: desfrutar e desenvolver; pois a comunhão entre cristãos já existe. Essa comunhão transcende o bom papo, a amizade, o café e as muitas comidas. A koinonia [κοινωνία] do Novo Testamento é um conceito teológico profundo e sublime. Não é algo que se cria, mas que se persevera, pois Deus já o iniciou na salvação. Os primeiros discípulos não criavam comunhão, mas “perseveravam” nela (Atos 2.42). Paulo não incentiva o início de uma união, mas exorta o cristão a “conservar a unidade” (Efésios 4.3). Quer você goste, quer não, todo cristão já está ligado à igreja, pois é corpo de Cristo (Romanos 12.5). Isso mesmo, há uma conexão entre todos os cristãos, de modo que não há possibilidade de mutilação no corpo.

Aliás, é sempre bom lembrar: existe apenas um corpo de Cristo!

Esses conceitos podem parecer óbvios para muitos, mas causa estranheza o fato de poucos aproveitarem estes benefícios e privilégios. Tantos há que encaram tal unidade como um fardo a ser carregado, e não como um presente a ser desfrutado. É impressionante como existe muita necessidade hoje, em diversas igrejas, de forçar um convívio entre os membros. De ensinar que, quando se vai à igreja, na verdade, se reúne como igreja. De lembrar que chegar atrasado e sair logo que o culto formal acaba (para ser otimista), não é saudável para o relacionamento cristão.

Não pretendo ser leviano a afirmar que esse processo é simples e tranquilo. Pelo contrário. Toda convivência gerará conflitos. Quanto mais se desenvolve uma intimidade verdadeira, mais se descobre as diferenças que existem e, como não poderia deixar de ser, veem os atritos. Mas isso não pode servir de desculpa para negligenciar os mandamentos neotestamentários. Desenvolver a comunhão que já existe exige sacrifícios; e muitos deles serão tratados nesta série. Ao viver, porém, o que Deus tencionou para a igreja, todo sacrifício vale a pena. Todo esforço é suportável a fim de obedecer aos preceitos de mutualidade da Palavra.

A minha oração é que Deus opere em nós e em nossas igrejas enquanto partilhamos dessa comunhão.

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