HomeEder LúcioCompartilhando o que me deixa feliz nº 5

Compartilhando o que me deixa feliz nº 5

“Timóteo, meu filho, dou-lhe esta instrução, segundo as profecias já proferidas a seu respeito, para que, seguindo-as, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé. Entre eles estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” 1Timóteo 1:18-20

O texto de hoje me fez recordar de algumas situações pessoais, algumas que vocês nem mesmo conhecem, mas que terei prazer em lhes contar, pois minha maior alegria é compartilhar com vocês o que me deixa feliz.

Este pequeno texto traz duas exortações de intenso peso e responsabilidade sobre Timóteo, a outros do seu passado, para mim hoje e também para vocês.

A primeira exortação que Paulo faz está relacionada à manutenção do compromisso com os desígnios pessoais:

“Timóteo, meu filho, dou-lhe esta instrução, segundo as profecias já proferidas a seu respeito, para que, seguindo-as, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência”

De imediato me recordei do bisavô materno de vocês, Daniel e Ester. O “vô João” sempre foi um homem forte e que passou a grande parte de sua vida vivendo na roça. Em seus anos finais ele desenvolveu a doença que conhecemos hoje por Alzheimer. Ele se esquecia de tudo, até mesmo que havia se alimentado. Muitas vezes fomos abordados por estranhos que nos acusavam de maus tratos. Em razão do “vô João” gostar de ficar na varanda, em frente à rua, reclamando com os transeuntes que minha mãe Rosinha não o alimentava. A verdade era que ele se esquecia que já tinha feito suas refeições. A solução encontrada por minha mãe, para evitar o constrangimento e falsas acusações, foi deixar o rosto do “vô João” sujo com vestígios de alimentos, de forma que houvesse evidências de que ele havia se alimentado. Parece engraçado, mas a verdade é que o “vô João” se esqueceu de uma das rotinas mais comuns da vida.

Vejo neste trecho a preocupação do apóstolo de que seu amado discípulo pudesse se esquecer daquilo que era elementar: o ministério.

Toda esta epístola se constitui em uma instrução, mas aqui, de uma forma amorosa, pois o chama de “meu filho”, o apóstolo Paulo o instrui exortando a prosseguir com o seu ministério.

Chamo a atenção de vocês, meus filhos, para alguns detalhes que dizem respeito a este ministério exercido por Timóteo. O apóstolo afirma que este ministério foi iniciado mediante os “desígnios de Deus” para a vida do amado Timóteo – “segundo as profecias já proferidas a seu respeito”. Diz ainda, que este ministério deve ser exercido com determinação (“combata”), de forma que o amado Timóteo entenda que a prática ministerial se revelará proveitosa (“bom combate”), preservadora da verdade (“mantendo a fé”) e produtora de uma vida exemplar (“com boa consciência”).

A exortação amorosa é para que Timóteo não se esqueça do propósito que o SENHOR tinha para ele, que era claramente conhecido, e que deveria pautar sua conduta em todo tempo.

Diante disto acabei olhando para dentro de mim mesmo. Sei e compreendo que o SENHOR me chamou para exercer o ministério eclesiástico. Não fui o primeiro, nem o único a dedicar a vida de forma exclusiva ao ministério. Mas como aconteceu com o bisavô de vocês, eu não posso me esquecer do propósito divino, mesmo que existam circunstâncias difíceis. O exercício do ministério (que é resposta ao desígnio) envolve lutas, que são qualificadas como “bom combate”. O papel desempenhado por Timóteo não seria fácil, mas possuía um excelente propósito; contribuía na construção da própria espiritualidade e caráter pessoal. Entendo, portanto, que esta luta na qual estou (ministério) contribui, antes de tudo, para uma melhor formação do meu próprio caráter e espiritualidade. Por isso, devo ser grato por estas dificuldades de hoje!

Meus filhos, o SENHOR também tem um desígnio para cada um de vocês! Sei disso, apesar de não conseguir identificar no momento qual seria. Tenho orado sobre isso, e agora ainda mais. Desejo muito que vocês passem a conhecer o propósito do SENHOR para a vida de vocês. Saiba que ele já foi revelado na santa Palavra, por isso vocês precisam buscar nela o discernimento Dele de forma individual.
Vocês têm buscado na Palavra de Deus a compreensão deste desígnio? Meu conselho é que o façam quanto antes!

A segunda exortação que Paulo faz é para que Timóteo não perca o foco a exemplo de outros homens:

“(…) alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé. Entre eles estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar.”

Como um bom “pai”, o apóstolo Paulo instrui o “amado filho” Timóteo que mantenha o foco no seu desígnio, pois outros o perderam (“alguns rejeitaram”).

– Mas um desígnio se pode perder? O que vocês pensam disso?

Perder-se é muito fácil! Principalmente quando não se mantem viva a lembrança do caminho.

Mais uma vez me lembrei do “vô João”. Por causa da doença ele não conseguia voltar para casa todas as vezes em que pegava sua mala de papelão e saía pela rua dizendo que ia para o Paraná, onde viviam algumas das minhas tias. Minha função era vigiá-lo, acompanhando-o de longe, enquanto minha mãe se dedicava ao trabalho de costureira. Todos os dias depois das aulas era esta a minha função, e várias foram as vezes em que precisei ir atrás do meu avô. Ele sempre se perdia porque esquecia do caminho para casa.

Como “pai” amoroso o apóstolo quer que seu “filho” Timóteo não perca o seu foco (desígnio – combate), ao exemplo de outros que se perderam no caminho.

Aqueles que rejeitaram o “combate” acabaram por naufragar em sua fé, ou seja, tornaram-na sem efeito, visto que não os conduzia mais ao porto desejado. Eles se esqueceram do desígnio e portanto do caminho a ser percorrido e de como fazê-lo. O apóstolo, que se importava com estes perdidos também, aplicou uma disciplina extrema: “os quais entreguei a Satanás”. Ele não os estava abandonando, mas esperava que tal correção os recuperasse: “para que aprendam a não blasfemar”, ou seja, que estes reconhecessem seus erros e aceitassem a verdade; que se lembrassem do caminho!

Não é declarado de forma explícita como eles “naufragaram” na fé, embora o apóstolo Paulo o faça em relação ao ensino falso de Himeneu (cf. 2Tm 2:17-18). Creio que uma coisa esteja ligada a outra, ou seja, que a fé destes homens deixou de ser funcional, porque promoviam e criam em um falso ensino. Esqueceram-se do caminho porque se esqueceram da sã doutrina. Timóteo correria o risco de naufragar caso se esquecesse do desígnio do SENHOR revelado a ele mediante a profecia. Assim o apóstolo-pai exorta o discípulo-filho a não perder o foco.

Queridos filhos, como pai, quero lembrar-lhes que o SENHOR tem um desígnio para vocês; que o mesmo está revelado na Santa Palavra; e que vocês começaram a trilhá-lo no dia em que cada um foi salvo pela obra de Cristo. Assim, meu conselho para vocês é:

– não percam o foco daquilo que lhes foi revelado na Santa Palavra!
– Vivam-no!
– Envolvam-se no “bom combate”, “mantenham a fé” e evidenciem a “boa consciência”!

Precisamos cuidar realmente em que temos crido e sabido de perto a razão da nossa fé.
Desafio-os a compartilharem comigo aquelas áreas em que talvez estejam marcadas como um ponto duvidoso. Estarei esperando, pois, assim como fiz com o bisavô de vocês, quero pegar nas mãos de vocês e conduzi-los, juntos comigo, pelo caminho da Palavra de Deus.

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